LATAM Summit 2020: Do que se trata o Futuro?

A primeira edição do WeWork LATAM Summit reuniu 14 líderes empresariais e formadores de opinião para discutir o futuro do trabalho e da região

Essa semana, foi realizada a primeira edição do WeWork LATAM Summit. Sob o lema “That’s How Tomorrow Works”, 14 líderes empresariais e formadores de opinião se reuniram para discutir o futuro do trabalho e da região dentro do quadro da nova realidade causada pela COVID-19.

Os últimos meses têm sido um enorme desafio para todos no mundo. Sofremos mudanças dramáticas na forma como vivemos e trabalhamos, economias em crise e até mesmo a perda de entes queridos. “A realidade é que não sabemos quando a ameaça da COVID-19 vai acabar. Não há forma de saber como será o mundo normal quando a pandemia acabar. Mas sabemos que o futuro do trabalho nunca mais será o mesmo”, afirmou Marcelo Claure, CEO do SoftBank Group International; CEO do SoftBank Latin American Fund e Executive Chairman da WeWork, durante a abertura do evento.

Não existe uma única resposta para o futuro do trabalho. É por isso que flexibilidade é a palavra-chave quando olhamos para o amanhã. É importante ter soluções ágeis e escaláveis para poder se adaptar às novas prioridades que surgiram e continuarão surgindo nesse novo contexto global.

Claure destacou as empresas latino-americanas que, impulsionadas pela tecnologia, vêm contribuindo com essa transição à nova realidade, como a Rappi e Mercado Libre, assim como os bancos digitais, como o Nubank e Inter. “A adaptabilidade e a resiliência sempre foram parte do nosso DNA como latino-americanos”, disse. “A América Latina possui um potencial enorme para continuar evoluindo e enfrentar o amanhã com sucesso. O futuro do trabalho é flexível e a WeWork é líder em espaços flexíveis. É disso que se trata o futuro.”

Transformando a adversidade em oportunidade

Muitas vezes, as maiores descobertas e inovações vêm do inesperado. Glória María, renomada jornalista e entrevistadora brasileira, compartilhou em primeira mão a importância de superar as dificuldades que a vida nos apresenta com uma atitude positiva. Afirma que é preciso adaptar-se e aceitar os novos desafios como oportunidades para crescermos como pessoas. 

Para a jornalista, a mudança faz parte da vida. “Então a vida é isso, é sempre ir em frente. É sempre aprender. É sempre estar com os olhos abertos e o coração preparado para qualquer experiência”, proferiu. Além disso, comentou que essa foi sua primeira palestra após estar isolada durante nove meses devido ao tratamento de um tumor cerebral. “Então eu queria dizer para vocês que assim”, concluiu, “que com tudo que eu venho vivendo, com tudo que eu venho experimentando, a vida é linda e a gente tem que compartilhar essa vida como se compartilham espaços. Como se compartilham espaços, a gente tem que compartilhar experiências.” 

Com uma abordagem mais focada no desenvolvimento da região e com a oportunidade de questionar estruturas mais antigas, – moderados pelo economista argentino, Santiago Bulat – Samantha Ricciardi, CEO da BlackRock México, e Luis Alberto Moreno, presidente do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), conversaram sobre os desafios e oportunidades que existem na América Latina para enfrentar a crise econômica e sanitária. Também falaram sobre o papel que os órgãos internacionais e os fundos de investimento podem desempenhar para ajudar a região a avançar. 

Embora o vírus esteja se espalhando pelo mundo afora, a América Latina apresenta um dos índices mais altos de transmissão, e ainda, durante um momento no qual o crescimento econômico foi o menor dos últimos 40 anos. Tanto Samantha quanto Luis Alberto concordaram que será necessário realizar um trabalho em conjunto entre o setor privado e o setor público para reativar a economia e recuperar os empregos. “Se a COVID demonstrou alguma coisa”, alertou Moreno, “foram as enormes desigualdades em todas as nossas sociedades. E se não corrigirmos isso, teremos problemas de viabilidade muito profundos enquanto sociedade.”

Para Samantha, a pandemia significou a aceleração do processo tecnológico em todas as empresas, além da agilidade de trabalhar em grupos menores de pessoas que não necessariamente pertencem à mesma empresa. A flexibilidade relacionada a como e onde trabalhar permitirá, ao seu ver, acelerar o trabalho multidisciplinar e multirregional, gerando grandes oportunidades para a região e o mundo.

Tecnologia e colaboração 

“A mudança nas organizações, a disrupção digital vai ocorrer. A questão fundamental é quando”, declarou Marcos Grilanda, head da Multi-Country Organization (MCO) na Amazon Web Services. Embora 9 de cada 10 empresas acreditem que sua indústria vá passar por uma disrupção, defendeu Marcos, apenas 1 de cada 6 acredita que possui a estratégia correta para enfrentar esse desafio. Segundo ele, o modelo de empresa que terá sucesso é aquele que se organiza em equipes pequenas e ágeis. Uma estrutura colaborativa e flexível é o que permite que a AWS realize 15 mil lançamentos e mudanças na organização por dia, enquanto outras empresas mais tradicionais fazem uma por mês. Abordando a chave da cultura de inovação da Amazon, que consiste em focar primeiro no que o cliente quer e trabalhar com base nisso para criar o produto desejado, Marcos falou sobre a importância da incorporação da tecnologia e da flexibilidade financeira: “Você não deve focar em ter tecnologia disponível se você pode focar no cliente e nas soluções que permitem inovar.”  

David Luna, ex-Ministro de Tecnologia da Informação e Comunicações da Colômbia, e Simón Borrero, CEO e co-fundador da Rappi seguiram a mesma linha de pensamento. Ambos concordaram que a tecnologia e a colaboração são os dois aceleradores-chave para promover o crescimento da região. Além disso, para Borrero, graças à tecnologia, está sendo possível criar empresas que tenham presença no âmbito internacional.

Concordando com Marcos Grilanda, Simón destacou a importância de colocar as necessidades do cliente no centro da ação, como uma estratégia para o sucesso. “Nesses cinco anos, todas as nossas ideias falharam e todas as ideias dos usuários tiveram sucesso. Isso nos obrigou a sermos humildes e escutarmos”, sustentou. Reagir com agilidade, ouvir e se aprimorar lado a lado com a tecnologia parecem ser as chaves do sucesso para o que Luna chamou de “o primeiro unicórnio da Colômbia”.   

Mas nesse contexto, mais do que nunca, sabemos que a inovação não significa nada se não priorizarmos a saúde e a segurança. Com a pandemia, a demanda por serviços de delivery cresceu exponencialmente e um dos principais desafios da empresa colombiana foi garantir a segurança dos entregadores e clientes Rappi. A distribuição de máscaras não foi o suficiente para assegurar que todos os colaboradores da empresa pudessem se cuidar. Frente a um contexto tão inédito para todos, Simón pessoalmente foi às ruas para ajudar na educação dos novos protocolos de segurança. “Acredito que o delivery, em especial a Rappi, protegeu a saúde e ajudou a sustentar a economia em momentos difíceis”, concluiu Luna.

Bem-estar físico e mental

Em um contexto no qual a saúde e a segurança se tornaram o foco, é importante lembrar que a saúde não é apenas uma questão física, mas também mental. Leandro Caldeira, CEO da Gympass na América Latina, compartilhou como sua empresa teve que se reinventar devido à crise da COVID-19, para ir de uma empresa que oferece serviços em um espaço físico a uma empresa que oferece serviços que os clientes podem utilizar em casa e, que inclusive, podem ser úteis após o término da pandemia, uma vez que abordam questões como nutrição e saúde mental, entre outras coisas.  

A capacidade de se adaptar permitiu que a Gympass não só sobrevivesse à crise, mas também ajudasse as academias a seguirem em frente. Além disso, segundo Leandro, a pandemia deixa um legado muito positivo: “As empresas estão muito mais preocupadas em cuidar da saúde dos seus funcionários”, sinalizou. “Tanto de awareness das pessoas entenderem que precisam, sim, cuidar da saúde física e mental, quanto do nosso lado do modelo de negócio, de criar soluções digitais que complementam a solução física.”

Rompendo barreiras

A aceleração da digitalização financeira certamente foi um dos efeitos mais notórios da pandemia do vírus COVID-19. Para Paula Arregui, COO do Mercado Pago, ferramentas como o link de pagamento, o point e o código QR contribuíram para a maior inclusão financeira e permitiram que as PMEs de todos os tamanhos pudessem manter sua renda e empregos, graças à incorporação de novos canais de vendas. De fato, segundo um estudo recente conduzido pelo Mercado Pago, 6 em cada 10 empresas no teriam conseguido manter suas operações se não tivessem se adaptado ou incorporado novas formas de comercialização.

“Estamos muito felizes e orgulhosos de ter sido um apoio fundamental para que essas PMEs e estes empreendedores pudessem ver na tecnologia, um caminho para essa transformação. Foi algo que no curto prazo permitiu que pensassem seu negócio do zero ou adaptassem seu negócio para não parar de vender”, afirmou. “É um contexto que ninguém aqui queria, mas que para o mercado digital, certamente marcou um caminho, uma nova tendência que chegou para ficar, e meses, talvez anos, de um caminho que se encurtou.”

Aprendemos, sem dúvida, a importância de nos adaptarmos, de sermos flexíveis e ressignificar as circunstâncias em busca de oportunidades. Chris Gardner, interpretado por Will Smith no filme “À procura da felicidade”, é hoje um renomado empreendedor, palestrante motivacional e autor de best-sellers. Mas a vida nem sempre foi seu melhor aliado. Independente das circunstâncias ou da tarefa que nos proponhamos a fazer, Gardner ressalta a importância de sempre dar o nosso melhor e focarmos no que nos motiva. Mas também explica que é importante ser flexível nas estratégias e táticas implementadas no próprio negócio, uma vez que vivemos em um mundo em constante evolução, onde a única coisa que não pode ser flexibilizada são nossos próprios valores e princípios. 

“A pandemia nos fez repensar a maneira que fazemos as coisas e buscamos oportunidades. Enfrentamos muitos desafios e tivemos que aprender como superá-los todos os dias”, concluiu Claudio Hidalgo, head da WeWork LATAM. “Aprendemos muita coisa nos últimos tempos, mas ainda temos muito o que aprender. Certamente, as diretrizes fantásticas compartilhadas pelos nossos palestrantes servirão de muita ajuda para todos nós, à medida que enfrentamos tudo que surgir pela frente.” Assim como Claure, Hidalgo destacou o compromisso da WeWork com a facilitação da volta ao escritório, priorizando a saúde e segurança de todas as equipes. “Estamos juntos nessa etapa sentido ao futuro, neste novo cenário flexível e cheio de mudanças, além de dinâmico e desafiador.”

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